quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Recados de Paris


     Os enganos e  verdades  sobre algumas mulheres.

 

Há mulheres que amam , simplesmente amam,  o homem que entra na vida delas e aceitam a luta dela pela vida, seus defeitos, suas  dores, sua juventude, seu prazer , suas dificuldades, seus dramas, enfim , ama-se este homem pelo seu gesto de dedicação, prontidão, delicadeza, presença, amor, sexo, comida, dinheiro, passeios, sorrisos, viagens, apartamento, idas e voltas.

 Esta mulher é pura, não optou por estar a trabalhar em bares por gostar e sim por necessidades, recomendo ver a novela Turca Mil e Uma noites, onde a mãe se vende para salvar a vida de um filho.

Eu perdi muitas coisas na vida, minha infância no campo a plantar, minha adolescência com muitas necessidades onde tinha que vestir uma calcina enquanto a  outra estava a secar, os tênis eram de plástico e sempre que  molhavam ficavam com muito mau cheiro, não havia dinheiro para comprar cremes, perfumes, e ainda muito menos para pensos(modess), pois ainda era usado os forrinhos.

 Cresci vendo minha mãe doente e não sabia o que fazer, pois havia dias que só havia feijão e macarrão  para preparar e comer.

Outras vezes ficava controlando a galinha no ninho para que ela botasse o ovo rapidamente enquanto o estômago doía.

Eu não tinha bons  resultados porque meu pai sofria e gritava muito com minha mãe, com todos, ele dava duro na horta para plantar nosso sustento e dava duro do trator do seu trabalho e ainda dava duro na serralheria ,onde acabou pro ficar surdo de tanto bater marreta.

Eu saía as 5 da manha no escuro sozinha para aulas , já chegava transpirada na escola, com cheiro forte e as vezes pé cheio de lama, todos riam,  me chamavam Aninha do pé vermelho, pé de pombo. etc

 A minha euforia sempre foi aumentando, porque como percebia que era pobre, não tinha amizades e ninguém vinha fazer trabalhos na minha casa, diziam que iam lá ter, minha mãe fazia café e bolo para esperar por minhas colegas e  nunca foram, eu fazia as cartolinas mais lindas da sala, com muito capricho e dedicação, minha mãe  ajudava –me e dizia que teria a  maior nota, e assim sempre foi, fui líder de turma desde a primeiro série com direito a escolher os temas dos trabalhos e sempre colocava muitos nomes nos grupos.

Minha mãe sempre sofria muito ,chorava, ficava nervosa e eu não conseguia entender.

Com o tempo fui percebendo sobre a depressão e questões que estavam ligadas a problemas espirituais e de antepassados.

 

Eu caminhava todos os dias, com sol ou com chuva , onde um dia lhe mostrei, mais ou menos meia a 1 hora .

 

Eu sempre que podia juntamente com minha mana, vendíamos galinhas , ovos, legumes e frutas, para comprar um creme ,sabonete ou uma roupa.

Não tinha televisão, não tinha sofá, as camas tinham palha no colchão ou capim, nos travesseiros era de flor de Marcelinha do campo, hoje caríssima e só para gente fina, mas antes nos criticavam, sempre fomos do campo, da lida, somos descendentes de portugueses, nunca paramos de buscar melhorias.

 

A horta tinha de quase tudo, e ainda vinham as pessoas para pegar de graça, inclusive parentes, que se enfardarão às custas do meu pai e mãe, que hoje nos viraram as costas ,deve ser de vergonha ,por ver nossa luta de todos os dias.

Eu minha mana sempre fomos à luta, mas muitas vezes falhamos não plano estratégico, por exemplo, fomos  apanhar umas pimentas do colégio e resolvemos “mocar” ‘umas, mas ela não me ouviu, deveríamos vende-las bem longe, a vizinha dedou nos, lascou tudo.

 Mas tudo foi muito bom, porque nossa luta nunca  parou, os rapazes nunca nos queriam porque éramos bonitas, trabalhadoras e  morávamos na roça e com pai bravo.

 Eu era feinha, magricela e queria ir para Europa, fazer artes, mas não era fácil a vida.

 E quando cansei -me de ser humilhada, era bonita, virgem e jeitosa, todos viviam criticando ,colocando defeito onde não existia.

Eu vivia bordando para um dia me casar, cansei me resolvi mudar meu destino e foi para sempre.

Eu fui para Portugal, sem saber da cultura, realidade e crua de tudo e, muitos das minhas dores tu não viu, e ao aparecer, eu vi nos teus olhos o Rei da minha vida, o homem que sempre sonhei.

Alto, alegre, sociável, lindo, olhos claros e de bom coração eu ameiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii naquele dia, e amei de mergulhar de cabeça, mas não dizia nem demonstrava muito.

Eu amei -te com todas as minhas forças e tu descobriu isto logo no primeiro dia, que nunca mais saiu da minha memória certamente também da tua.

Eu vi teu sofrimento por tua ex, por tuas filhas, eu não queria homens com filhos, mas amei você da maneira que eras, simplesmente da maneira que tu seria feliz

E todas as vezes que viajava eu chorava, porque eu te perdia a cada dia, este era meu sentimento, e no fundo eu queria que ti viesse para meu mundo, que assumisse a minha pessoa inteiramente como eu aceitei por completo, sem medir esforços.

 

Achei te muito duro com tua mãe e,eu sei que fiz o melhor para tua reconciliação com  teus pais.

Sempre achei- te muito gastador  e não fazia seu pé no futuro, mas tu achava que era daquele jeito, te amei assim, mesmo.

 Eu sonhei desde o primeiro dia ter filhos contigo, tu  sempre protelava, jogava pra frente, o certo que amei tuas filhas e nunca pensei que iria perde-las também.

O que quero dizer - te  ?

 

Tu não amou com alma, inteiramente, embora  fizestes de tudo para que que acreditasse naquele amor.

Mas percebi que tinha vergonha da minha irmã, do meu passado e ainda chegou a dizer que eu me sentiria mais bonita em Luanda, pois só tinha gente feia por lá...

Nunca desejou vir para o Brasil, casinha amarela, fazenda, barraco, seja lá o que for, porque não amou me, como eu amei -te, eu fui atrás dos teus sonhos, eu acreditei nas tuas decisões, e um dia tu  disse que se eu adoecesse entregaria  me para minha família, meu amor começou a morrer naquele dia, pois era um homem descarado e só queria o lado bom da vida.

 

Aconteceu, e tu disseste que dava o “cú’ , mas  não perderíamos nosso filho, e Luanda e tuas decisões mataram minha vontade de viver e minha saúde.

 

Mas veja , eu não morri,  não desisti.

Eu continuo sonhando, porque as tuas falhas não são minhas ,embora eu permitisse que  tu me levasse e mesmo que não ocorressem as falhas eu não ficaria em Luanda porque o  trato era virmos para o Brasil e tu desistiu  ,sendo assim, eu fiz o melhor, não queria nada de ti, mas já estava grávida e ainda bem que foi tudo como foi, se desprezou me na doença e agora despreza me ,também desprezou a mãe das tuas filhas, para que ter filhos com alguém assim?

 Deus sabe de todas as coisas.

 

Agradeço todos os dias por todo o bem que me fez, e se um homem não pode ter e cuidar de sua mulher que dizia ser  amada,  se fugiu na doença, também não vai cuidar na hora da cura e  da saúde.

 

 A verdade é que paixões morrem e a alma fica vazia.

 Eu continuarei te amando como sempre enquanto tu só fez péssimas escolhas na tua vida, mas é teu karma e tenho que respeitar tuas buscas e missão, e seguir as minhas.

 Não faria nada contra ti, sempre fiz tudo de bom grado e de peito aberto.

Não me arrependo de nada, muito menos das minhas decisões, tu nunca me procurou porque não tem fé na vida, não acreditou no que viu e recebeu de mim,

 

Felicidade e muito sucesso.

 

 

Quero ter boas notícias tuas, emagreça, pois do meu lado andava sempre elegante.

 

 

Se não conseguir falar comigo, vou acreditar piamente que me casei com um menino tolinho ou com um homem da idade média, que de pioneiro nada tem.

 

 

Sorria , você teve a oportunidade de ter uma doce mulher, desejada e cobiçada por muitos, artista, inteligente e muito sábia, que não coloca em primeiro plano o dinheiro e sim a luta dia após dia.

Há mulheres que não nasceram  para lavar cuecas de maridos, não ter filhos e cuidar dos alheios,

Nasceram para ter tudo nas mãos a toda hora, com muito esforço e dedicação.

Eu sou muito feliz e realizada, talvez, se, tu fosse menos orgulhoso seria muito feliz também.

 

“Nunca perca  a dignidade” faço das tuas, palavras as minhas.

 

Feliz aniversário.....

  My love     My Love           My Love

 Torto, cabeça de alho ChÔ Chô!

 

Da tua terna   eterna Ana, nem mulher , nem  amante, nem esposa, nem mucama.

Madalena que era tão linda,  foi- se que pena.

Voa borboleta, por que já te prendi demais.

Faça da minha luta e coragem o resgate de si mesmo o dos teus valores, dinheiro não compra nem trás tudo.

 

Estou aqui agradecendo- lhe com muita gratidão por ter feio o meu resgate,  estou ,em troca e como dívida tentado resgatar o teu lado bom que esta morrendo.

Graciasssss.

 

 

  Recados de Paris, Madame Spilykute

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 

 

 

 

 

 

 

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