segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Casório do Gaiteiro-Carta a um europeu civilizado



      Duck Men




                Bom dia  Senhor Doutor!

A Europa neste ano  de 2002, parece ferver pelas tampas e Beiradas!

 

Mulheres de várias regiões   da  CEE e de origem latina ,parecem despencar como bananas em nossos aeroportos e fronteiras.

 

Mas o que será que podemos oferecer e proporcionar  a estas mulheres pobres e desprovidas de tudo na vida?

 Certamente  umas noites em botecos, puteiros, boates, alternos e jantaradas regadas de bom “binho”  e  conversa da treta, poderemos   falar com voz de homens que somos pioneiros, somos descobridores, arraigados e destemidos.

 Podemos  até dizer que somos os” fudilhões” ,que somos a nata da malta europeia.

Oh, “kum caralho”  jamais poderemos  esquecer  de enfatizar que somos mesmos bons, não somos racistas ,não temos cismas, nem sestros, não somos esquisitos, não somos porcos, tratamos tão bem um branco como fodemos a mãe de um preto.

Estas gajas que estão a chegar precisam de quem lhes foda à maneira ,pois na República das bananas não há gajos com tomates e colhões como nós por cá!

 

Oh !meus cabrões do caneco, o que elas precisam é de comer, foder e arrumar cabelo, tomar um banho, escovar os dentes e nos servir, pois, sempre fomos superiores e estamos por cá é pra levarmos a melhor  vantagem sobre todas as nações.

Não se esqueçam do Tratado de Tordesillhas, dividimos estas terras ao meio, pra não haver reclamações.

Queremos um mineira pra nos cuidar do coiso e da cozinha, uma  preta na gaveta, para ter o que lhe meta.

Uma

romena pequena que foda bem e que pouco nos entenda.

Uma russa bem “trusca”, pra lavar com a bucha nossas costas lusco fuscas.

Gostamos de  tudo À “fartazana”,  patuscadas aí ou ái.

“Bacalhau `a men niú, arreais as calças e tomais nos cús.”

Queremos “piperones”, para  dizer que somos  o” corni “ comes.

Queremos lulas frescas, pois por lá passam fome.

 Queremos brasileiras À calabresa em nossas mesas.

Nossas mulheres não fodem bem só comem nossa pasta.

Conversa da “pachácha”, queremos é tomar uns copos,  e que não nos fodam o juízo, isto é que é preciso.

 

Somos os maiorais, tanto na cama como a limpar currais.

Preto por aqui é nas obras, ou nas nossas casas a limpar o chão de quatro.

Somos lusitanos, os “bacanos” os  melhores.

 

 

Não somos racistas, e muito menos nacionalistas.

Queremos é que nos fodam  a pasta, pois adoramos mostrar que temos, e se o vizinho tem mais do que eu, vou logo comprar um BM.

Mais vale mostrar que posso, do que ter que andar a pé, que humilhante.

E se por aqui correr muito mau, zarpamos pra”Àfrica , pois lá temos como esconder nossa pobreza material.

Mais vale também zarpar pro Brasil, tem gajas boas e fodas, estamos em casa “carago”.

 

Vamos vestidos à colarinho para não nos ver com mau aspeto.

Fodas, o que vale é passar boa imagem.

Vou ser breve, se receber um futuro sócio  e não tiver casa pra lhe acomodar use a casa da mãe, provoque uma má digestão  nele de tanto  ele comer  polvo” à  mierda ,à la bosta, à la titica, à la moda ,à la tuti tuti.”

Pegue5 euros com tua mulher ,sem que ninguém perceba e coloque gasóleo no BM, pra levar o  futuro sócio e exibir a sua máquina, afinal, somos empreendedores e gestores, não podemos ficar  mau vistos.

Se tentar fazer negócios com um bigalhão, ofereça uma caneta muito cara ,e não pague  a aluguel atrasado, no mesmo valor da caneta.

Temos que impressionar ,ele disse que o Brasil é uma merda, minha mulher é a melhor do que há, mas concordo com ele, ele é rico e tem grana, não importa ,ele sabe tudo.

Tenho que almoçar com ele e minha mulher que se vire e vai de metrô e come umas sandes, ele é rico ,eu tenho que correr atrás das migalhas dele.

A tua mulher é de alterne, mas a tua ex ,também foi bem “curta”.

 

Não faça pouco, mande ela vestir um saia preta de aeromoça, a mesma que ela assistia a missa  aos domingos no interior , e compra –lhe uns sapatinhos pretos de matar barata no canto da parede, e uma camisete de folhos azuis, para exibir ao teu ex-sócio israelita, tão rico como tu,  e provar pra ele que tens uma “gajita” bocó da roça com 24 para 25 anos e ainda por cima “brasuca “

Conte pra ele com sorriso de barganhista que encontrou-a no aeroporto, ou restaurante, e não se importe pois ela não percebe “puts’ do teu “portunhês”.

 Ela tem olhos de “murcona”, só precisa de comida e lugar pra ficar, para não gastar o que ganha.

Somos os  maiorais, podemos sonegar impostos, desviar cargas, jogar documentos que nos comprometam no lixo, fechar fábricas, enganar as finanças, trapacear a segurança social e fazer contrato de doméstica pra estas pobres sem eira nem beira

Não vamos esticar a prosa, aguardamos a mineirinha........

São umas morta de fome que, nós por cá adoramos fazer de otárias e prometer o que nunca tivemos , casar sem anel, casar  sem barraco, sem porra nenhuma pois elas nos amam pelo que somos ,não pelo que temos, nem nunca teremos,  que é a capacidade para fazê-las feliz ,pois somos muito à frente, somos pioneiros e vivemos a comer lulas, contar parolas e  a pensar  que somos o “Cara”  ,Oh, somos o Caralho de Asas.

 Somos mesmo bons, não conseguimos ser gestores então inventamos que somos construtores e damos o surrupio ao preto e  vamos à China para que nos toquem um punheta internacional.

 E a  estúpida da gaja que tivemos uma aventura, que fodemos com força e nunca perguntamos se ela era feliz, perdeu os filhos que nem se quer merecíamos Tê-los,ficou louca  e foi pro Magalhães, mas nos queremos é ser felizes, vamos levar as camas onde juramos amor eterno ,para a África , compradas de segunda mão e lençóis esporrados por outras tantas, para passar  a virada do ano em Benguela com uma gaja que nos chamou de príncipe.

Não podemos nos casar com brasucas ,pois somos  lords,  “getlemans”,   perfeitos, gostamos de pitas, putas e somos putanheiros.
 Somos civilizados, de bestas passamos à bestiais.

Oh caralho!! Somos os bestiais!

Assinado:

 António Zé de Souza  

Recados de Divã ,Madame Spilycute

 

 

 

 

 

 

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