quinta-feira, 4 de junho de 2015
DO SUICÍDIO E DO CAPITALISMO
O ano passado suicidaram-se quatro agentes da PSP. Em 2011 registaram-se sete suicídios nessa mesma instituição. É claro que numa profissão sujeita a tal desgaste, numa profissão que pratica a repressão tais comportamentos acabam por não surpreender. Se passas a vida a dar ordens e a cumprir ordens é evidente que nunca serás uma pessoa saudável. Obviamente que isto não se aplica só aos polícias. Aplica-se a muitos chefes e chefinhos e aos outros que, infelizmente, passam a vida a obedecer. Claro que não podemos condenar o indivíduo pelo acto do suicídio. Segundo a Organização Mundial de Saúde, há cerca de 804 mil casos de suicídio no mundo por ano, o que se traduz num suicida a cada 40 segundos e a cada dois segundos numa tentativa de suicídio. O suicídio afecta principalmente os jovens entre os 15 e os 29 anos. "Como é possível que um ser chamado à vida, o dom mais precioso que existe no universo, possa buscar a eliminação da própria vida?", pergunta Leonardo Boff. A verdade é que a sociedade capitalista é, em si mesma, repressiva e castradora. Leva os indivíduos a atropelarem-se, a treparem uns para cima dos outros em busca do emprego, da carreira, do estatuto. Leva os indivíduos a dividirem-se em guetos, em classes, em hierarquias. Leva os indivíduos a invejarem-se e a lutarem pelo poder e pelo dinheiro. Leva os indivíduos à maldade e à mercearia. Leva a que a vida perca o sentido. Daí que odiemos a sociedade capitalista e a queiramos derrubar custe o que custar.
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