sábado, 12 de março de 2016

POETA BÊBADO

Poeta bêbado. E daí? Já me chamaram tanta coisa. Bebo e assumo que bebo. Nem sequer bebo todos os dias. Mas há dias, noites em que abuso. Preciso beber para me vingar deste tédio. Poeta beat. Poeta bêbado. Hoje nem sequer tenho dinheiro para a cerveja. No entanto, o álcool auxilia-me na catarse, na inspiração, na iluminação. A mente abre-se. Nada devo aos poetas abstémios. Bebo e ardo. Platão escreveu "O Banquete". As portas abrem-se. Todo eu sou magia e criação. Não me venham com moralismos. Eu sou de Dionisos. Danço, canto, encanto. Sigo o caminho da hybris e da louca sabedoria. Desejo as mulheres belas. Celebro o triunfo da Arte sobre a sobrevivência. Celebro o feriado permanente. Celebro a morte da castração e da finança.

Sem comentários:

Enviar um comentário