quarta-feira, 25 de maio de 2016

O IMPÉRIO ACABOU!

Revolução. Ressurreição. Auto-sacrifício apocalíptico. Jesus e Satã. Regresso ao Paraíso. Todo eu sou luz. Todo eu sou vinho. Dai-me mulheres belas. Deixai-vos de conversas tolas. Todo eu sou sangue, incêndio. Vendilhões, ides conhecer a minha ira! Nem vós vos safais, ó criaturas da vida tranquila. O whisky jorra. Trago a espada. Não suporto formigas agarradas ao dinheiro. Eu vim cantar e celebrar a revolução. Eu vim insultar os credos e a moral. Eu vim para além do bem e do mal. Não suporto as vossas conversas. Reino. Gozo. Sei. O Império acabou!

segunda-feira, 16 de maio de 2016

A VIDA É NOSSA

Braga. Hoje faço 48 anos. Já não sou um jovem. Tenho-me dedicado a observar o homem e o mundo. Para quê tanta pressa, tanta sofreguidão? Para quê perseguir a recompensa que nunca mais vem? Ou então olhar para aqueles palhaços imbecis na televisão ou para as vedetas que vivem por nós. Não, não vim para isto, tenham paciência. Aprendi com outros a liberdade. Não vim atrás da felicidade da maioria, nem vim dizer banalidades. Acredito num homem infinito, absoluto, num homem capaz de se transcender. Não sou dos macacos que seguem e trepam. Sou do homem que bebe e voa. Aos 48 anos publiquei livros, fiz performances, disse poesia, publiquei em jornais, revistas e fanzines, participei em actos revolucionários. Fiz o que havia a fazer. Cometi os meus erros, naturalmente. Não me arrependo. Nunca me vendi. Não sou como essas patas-chocas da TV. Claro que preciso de ir à TV dizer a palavra. Dizer o que os outros não dizem. Segui o caminho dos malditos. Nada a fazer, minha rica. Eles bombardeiam-nos todos os dias. Eles tentam fazer-nos a cabeça todos os dias. Docemente. Suavemente. Temos de contra-atacar. A Vida é nossa.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

MENINO E BAILARINO

Creio que já sou capaz de expor as minhas ideias em público fluentemente, sem recorrer à cábula, como ontem no "Rés-da-Rua". Obrigado, "Rés-da-Rua"! Sim, já não é só dizer poemas, é ser o profeta do apocalipse, modéstia à parte, diante da menina bonita. Penso que chegarei lá, a Jesus, a Marx, a Bakunine, a Jim Morrison, a Nietzsche. As minhas capacidades mentais e espirituais estão intactas, até se estão a alargar. E depois aparece este anjo a varrer. Pedro, és uma estrela. E já não estás teso. Aprendeste na selva com alguns amigos, com algumas amigas. Aprendeste nos livros e nas canções. Aprendeste na noite, nos bares e com as putas. És mesmo uma puta do rock n' roll. Não és do sucesso, do mainstream, não vendes aos milhares. No entanto, sabes que a tua hora chegará. Normalmente até és boa pessoa mas tens aquele jeito dionisíaco, demoníaco que te faz gritar e partir vidros. És o mais louco dos poetas. Brindas ao caos, bebes até cair. A dama chama-te. É linda. Varre o chão. E eu sou Satã. Sade. Maldoror. As gajas belas fazem-me beber. Especialmente quando servem o Senhor. Eu era um puto tímido e inocente que pensava muito. Dava a mão à Gina, a minha namorada do Colégio da Trofa. É um mundo que já não existe. Ganhei vícios. Apanhei patadas. Tornei-me uma estrela do rock n' roll. Mesmo não reconhecida. Eles e elas vêm ter comigo nos bares, nas discotecas. Eh, pá! Sou diferente. Sou uma puta. Sinto-me no céu entre as mulheres. E, aliás, o que é que tenho a perder? Nada! Absolutamente nada! Posso reinar. Tenho a vida toda à minha frente. Ainda não parti como tu, Jim. Sou louco divino. Felizmente tenho amigos e amigas do coração. Atravesso a melhor fase da minha vida, à parte os problemas físicos, Gotucha. Ando de bar em bar à procura. Santa loucura, como tu, António Manuel Ribeiro. Como tu, Jaime. Como tu, Zé Pacheco. Farto-me da maioria dos homens. São uns atrasados mentais. Só quero mulheres bonitas. Danço com os deuses e com os espíritos. Sou Xamã, sou Dionisos. Louco, em delírio, como Hamlet. Shakespeare está aqui. Dostoievski está aqui. Morrison está aqui. A vida é um experimento permanente, como dizia Nietzsche. Sou o menino e o bailarino. O resto é conversa.

sexta-feira, 25 de março de 2016

EM BRAGA, A CELEBRAR O APOCALIPSE

Hoje é daqueles dias em que escrevo sem parar
são coisas armazenadas nos últimos tempos
o caos, o apocalipse, as bombas, o terrorismo, o capitalismo
andei por Braga de bar em bar
a celebrar o apocalipse
não sei explicar
talvez eu seja mesmo uma espécie de profeta
o poeta dos novos tempos
talvez eu seja mesmo um predestinado
um cavaleiro do Santo Graal 
o que é certo é que certos poemas, certos textos
batem certo
como profecias
estou aqui e estou além
whisky, dá-me forças
que eu estou a chegar lá
ai, como ardes
como fazes de mim um rei
afastai-vos, ó versejadores da corte,
nada tenho a ver convosco!
Sou da raça dos malditos
dos renegados de todas as eras
mas agora chegou a nossa vez
de triunfar
nós, os vencidos da vida
os suicidas
os deprimidos
vamos triunfar
sobre vós ó moedeiros imbecis
de qualquer forma,
o caos está instalado
nada há a perder
dancemos
celebremos o novo mundo
o novo nascimento da espécie
bebamos até ao fim
brindemos ao caos
e ao super-homem
o deus-dinheiro morreu.

quinta-feira, 24 de março de 2016

O APOCALIPSE

É o caos. O apocalipse. O "Apocalypse Now" de Coppola com Marlon Brando no papel de xamã. Jim Morrison, o outro xamã, tinha razão. "The End". "Perdidos num romano deserto de lágrimas/ com todas as crianças atacadas pela loucura". Terrorismo e capitalismo batem-se na arena global. Fanáticos de Alá chacinam inocentes, enquanto que a sociedade mercantil vai matando o Homem. No future. Não há saída e muitos escolhem o caminho do fanatismo religioso, de Marine Le Pen ou de Donald Trump. Tudo vai acabar para começar de novo. O homem chacina-se e atropela-se na arena. Este mundo não tem cura. Um novo mundo nascerá das cinzas, um mundo de amor, de paz, de criação, de liberdade, de irmãos. O super-homem reinará sobre a Terra.

quinta-feira, 17 de março de 2016

MÁRCIA

Estou possesso. Estou aqui e não estou. Elmos. Batalhas. Armaduras. Rei que sou. Quero mulheres. Afinal a Vida é minha. Devo gozá-la em pleno, em grande. Não como estes limitados que cumprem ordens. Eu alcancei o Céu. Eu já fui Jesus e até Deus. Não, não me contento com a vossa existenciazinha. Eu quero a Glória. Agora que o espírito se liberta. Dai-me reinos! Sou louco divino.. Quero as gatas da TV. Quero a Márcia.

sábado, 12 de março de 2016

POETA BÊBADO

Poeta bêbado. E daí? Já me chamaram tanta coisa. Bebo e assumo que bebo. Nem sequer bebo todos os dias. Mas há dias, noites em que abuso. Preciso beber para me vingar deste tédio. Poeta beat. Poeta bêbado. Hoje nem sequer tenho dinheiro para a cerveja. No entanto, o álcool auxilia-me na catarse, na inspiração, na iluminação. A mente abre-se. Nada devo aos poetas abstémios. Bebo e ardo. Platão escreveu "O Banquete". As portas abrem-se. Todo eu sou magia e criação. Não me venham com moralismos. Eu sou de Dionisos. Danço, canto, encanto. Sigo o caminho da hybris e da louca sabedoria. Desejo as mulheres belas. Celebro o triunfo da Arte sobre a sobrevivência. Celebro o feriado permanente. Celebro a morte da castração e da finança.