quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O HOMEM DA LIBERDADE

Não posso estar sempre a desclassificar estas pessoas que vêm à confeitaria. Elas têm a sua vida, eu tenho a minha. Escolhi ser poeta, escritor, pensador até. Escolhi também ser um fora da lei, um desalinhado. A partir de certa altura rompi com a via da normalidade. Às vezes sofro com isso. No entanto, não me arrependo. Não me sentiria bem noutra pele. Como sou anarquista tenho tido problemas nos partidos: primeiro no Bloco de Esquerda, depois no MRPP. Aliás, penso que só os anarquistas, alguns anarquistas, falam a minha linguagem.
Tem sido um longo percurso. Desde que ouvi os Doors e o Jim Morrison pela primeira vez, desde os primeiros copos, as primeiras noitadas, os primeiros concertos em Braga. Braga, cidade que me deu abrigo, que me deu o amor e a vida. Agora há noites em que vou de bar em bar, de copo em copo, em busca da celebração, em busca da glória. Só alguns me acompanham. Mas para mim esses momentos mágicos, essas conversas representam a liberdade. Não há amanhã, não há dia seguinte. Nessas noites, nesses dias sigo a estrada do excesso e da loucura. Toco o divino. Não suporto mesmo que me imponham nada. Sou o homem da liberdade, tal foi a minha sorte.

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