sexta-feira, 11 de setembro de 2015

VIM SER O POETA

Não sou da mesma espécie dos politiqueiros, dos banqueiros, dos empresários, dos especuladores. Não ando para aí a enganar, nem a roubar, nem a explorar, nem a escravizar. Nem tão-pouco me identifico com os competitivos, com os corredores, com os merceeiros. Vim para experimentar, para criar, para conhecer, para amar. Vim para pisar livremente a Terra. Vim de graça e para a graça. Não suporto mais o tédio imposto. Vim celebrar noite e dia. Vim ser o poeta.

domingo, 6 de setembro de 2015

MaMi Mutamba

O que há de mais belo,nos teus peitos ao alto,gritando aos céus,com despojo sincero?

Se teu leito foi tão puro,meu amor tão terno!

O que há de mais belo,teu olhar tão castanho,doce,materno?

Se teu corpo foi obra do Divino Sagrado,profundo âmago e eterno!

O que há de sincero,na tua voz e gemido,no surto do teu ego?

Se tuas entranhas foram porta de entrada de espermas de Homero!

O que há de louco e singelo,nos teus instantes de gozo e de dor,flagelo?

O que há de locura no teu ar pleno e belo?


O teu corpo que desejo e como obra de arte venero!

O que há de louco ?

O que há?

O que há?

O que há?


O teu desejo e sede de vida ou meu pensamento?

  Sobrevoando da cabeçae ao infinito, à surtar?

O que há ?

Em LOUCURAR me Te????

ESQUIZOFRENIA

Mesmo que não entenda certos textos mais herméticos sinto-me a caminho de fazer a síntese. Com efeito, creio que estou próximo de construir um sistema de ideias, uma filosofia própria. Esta mescla do pensamento, com os livros e com a realidade resulta nisso. Não escondo que na cidade as conversas são mais ricas e variadas, se bem que haja grupos fechados que impedem a comunhão, o diálogo com o desconhecido, a celebração. Parece-me até que estamos num estado de esquizofrenia, com crimes hediondos a torto e a direito, com a desumanidade com que são tratados os migrantes, com os media a fazer de nós atrasados mentais, com o Estado Islâmico a destruir tesouros da Humanidade, com os banqueiros, os agiotas, os especuladores, as grandes corporações, os políticos corruptos a facturar, com a depressão e o suicídio a aumentar a olhos vistos. Tudo isto é de loucos. Tudo isto tem que ser discutido na praça pública. O mundo é nosso. Não é deles. Temos de repensar o homem. De voltar ao início. Ao xamã que comunicava com os espíritos. Sim, existem espíritos em nós. Somos muito mais do que o quotidiano, do que o dinheiro, do que a compra e venda a que nos querem reduzir. Inventámos deuses. Somos também hybris, loucura. Procuramos o infinito e o céu na Terra. Eles é que querem roubar-nos os sonhos, reduzir-nos os horizontes. Transformar-nos em mercadorias. Eles é que querem roubar-nos a vida. Pois é pela vida que me bato. Pela vida enquanto festa, conhecimento, criação. Todavia, vejo ainda muita confusão nos meus semelhantes. Muitos ainda estão na caverna de Platão a comentar as sombras. Não questionam o trabalho, nem o dinheiro, nem o mercado. Vêem o capitalismo como uma inevitabilidade. Mas, enfim, como pensador, como poeta, compete-me esclarecê-los, entrar nas conversas, provocar. Uma parte importante deles já não terá salvação. Ainda assim insisto.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

NÓS NÃO VAMOS NA CANTIGA

São tão limitados e imbecis os nossos politiqueiros. Passos Coelho e António Costa têm uns números na cabeça, alguma retórica e pouco mais. Não há uma ideia de fundo de sociedade, uma filosofia, um ideal. São como os patetas que nos bombardeiam todos os dias pela TV. Pensam que somos atrasados mentais. Pensam que não sabemos que existe uma máquina que controla, que faz lavagens ao cérebro, que fabrica "felicidade". Pensam que somos carneiros como os outros, que aceitamos tudo passivamente, que não sabemos que eles nos põem uns contra os outros na arena enquanto eles acumulam, que desde a escola que competimos, que nos querem a consumir alegremente. Pensam que não sabemos que nos querem no mercado a vender-nos a nós mesmos como mercadorias, pensam que não os queremos derrubar, que nem sequer os pomos em causa, que somos uns patetas. Pensam que não lemos Platão, Nietzsche, Marx, Stirner, Shakespeare, Kropotkine, Dostoievski, Rimbaud, Pessoa, Camus, Sartre, Marcuse, Bertrand Russell, Erich Fromm, Zizek, Edgar Morin, Chomsky, Agostinho da Silva, Henry Miller. Que não ouvimos Sócrates, Jim Morrison, Jesus. Pensam que andamos aqui a pastar. Que não temos ideias próprias. Pensam que nos levam. Pois estão muito enganados.