quarta-feira, 2 de novembro de 2016

GLÓRIA

A glória. Outra vez a glória. Foi no Pinguim com a "Declaração de Amor ao Primeiro-Ministro". É certo que há outros mais badalados, mais inchados, mais requisitados pelas mulheres. Mas eu sou genuíno, como me dizem. O que eu procuro não é só para mim. É para uma comuna livre, é para o ser humano. Por isso continuo a desafiar o instituído, a insultar todos os deuses. Xamã urbano. Ouço os espíritos. Gozo com o mundo cor-de-rosa, com as pop-stars. Gozo com as notícias e com os comentadores vendidos. "Sobrinho de Nietzsche", como diz o Nelson de Oliveira, gero estrelas. Caminho entre os homens como entre os animais. Vou percebendo os sinais. Afastai-vos, ó relógios e computadores! Eu vivo. Percorro as ruas. Louco. Tão louco. Nada supera a minha loucura. Vem, mulher, vem até mim. Dar-te-ei reinos de luz.
Explosão! É o caos! O céu rebenta em mil pedaços. O novo começo. O além-Deus.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

A CONA DA PATROA

Na realidade, mantenho as aparências. Passo por intelectual, por leitor voraz, por poeta respeitado e, ao mesmo tempo, ardo de desejo pelo cu da patroa. Ai, aquele cu majestoso, aquelas ancas. Comia-a. Lambia-a. Montava-a. Sou de Sade, de Miller, de Bukowski. Como lhe lambia a cona, animal, deitada. Como ela me mata, me excita enquanto leio Aristóteles. Sou de Satã, sou de Dionisos, sou inimigo dos bons costumes e da mercearia. Ai, patroa, como te mexes, como gemes quando te chupo a cona. Pareces a Serenna, a Lisa, a Minka. Como te como. Como me dás a mama. Ah, patroa. És minha. Dou-te tudo. Todo o dinheiro. Todos os livros. Toda a poesia.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

BRASILEIRA

Manhã cedo n' "A Brasileira". As miúdas saúdam-se: "Bom dia". Devem ter tido uma bela noite de sono ou então uma bela foda. Eu, pelo contrário, levantei-me às 6 da manhã e pouco ou nada dormi. Estou fodido das pernas e da cabeça. Fui ao café do Quim tomar café e ler o jornal. Agora estou n' "A Brasileira". Como disse: não estou nada fresco nem me apetece celebrar a vida. Tomo cafés a ver se acordo. Em Guimarães homenagearam o Luiz Pacheco. Logo parto para Vila Verde, para a Arte na Aldeia.

terça-feira, 23 de agosto de 2016

DEUS, QUERO UMA GAJA!

Deus,
quero uma gaja
Deus,
eu mereço
passo a vida a escrever
a puxar pela cabeça
a produzir filosofia
a elevar a humanidade
Deus,
vejo tantos gajos idiotas
com gaja
gajos mesmo broncos
cheios de cacau
Deus,
eu crio
eu sou filho de Dionisos
eu mereço a mulher bela.

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

DO AMOR

O amor, sim, o amor não é uma questão individual. Nem é somente uma questão a dois. O amor é uma questão da sociedade. Uma sociedade que não sabe dar amor é uma sociedade doente. É uma sociedade amputada. A sociedade não tem só que resolver os problemas dos direitos individuais e colectivos. A sociedade deve ser emoção, afecto. Não pode ser artificial, gélida. O amor diz respeito à sociedade, ao indivíduo, à comunidade. O amor fortalece-nos. Dá-nos vida. Eleva-nos. O amor é a solução.

domingo, 14 de agosto de 2016

MIÚDA LINDA

A miúda linda que está à minha frente mexe no computador. Agora fala ao telemóvel. Oxalá fosse minha. Sou preguiçoso nas tarefas domésticas. Á parte isso tenho poderes. Vou muito longe. Vou do céu ao inferno. Brilho. Não sou o homem comum. Acho ridículos o dinheiro e o mercado. Acho absurda a luta pela vida, a vida de escravos. Mas também acho ridículas as historietas que esses escritores escrevem. O ponto fulcral está na vida que levamos. Até posso estar sentado à mesa num café de Braga a escrever sem que se passe nada de extraordinário mas sei que, pelo menos, estou a viver e a observar as miúdas lindas. Não preciso de estar sempre em êxtase. Eu sei que não estou a lutar por nada, que não estou envolvido em nenhuma competição, que não procuro nenhum prémio. Conquistei o meu espaço, não tenho um trabalho imposto, pouco ou nada tenho de imposto. No fundo, sou uma espécie de deus, de senhor. Um senhor sem escravos. Tem sido um longo caminho desde os 18 anos, desde que comecei a sair à noite em Braga, desde os Doors e os Pink Floyd, desde as primeiras leituras. Depois vieram as patadas, as grandes depressões, as alucinações. Sim, vivi muito. Vivi a santa loucura. O álcool, os vidros partidos, as ameaças, as bebedeiras. A puta do rock n' roll. Que vida! Só que há dias em que ando adormecido. Em que me sinto fraco. Em outros, pelo contrário, cavalgo o apocalipse. Os guerrilheiros, os atentados vivem em mim. Até parece que comando exércitos. E não me venham dizer que são alucinações. É mais do que isso. É Artur. É o Graal. Sou aquele que arde. Sou aquele que bebe do infinito.

domingo, 31 de julho de 2016

O PREÇO CERTO

São empresárias. Arriscaram. Têm sucesso. Nascidas para vencer. Implacáveis. Doentes, coitadas. Subiu-vos à cabeça. Sois umas tolas. Não sois do meu mundo. Eu sou o rei. A gentalha desce. Celebra. O palhaço gordo. As gajas boas. É o fim, amigo querido. O caminho da imbecilidade. Rio. Gozo. Primarismo intelectual. "O Preço Certo". Primatas. Ai, céus, eu poderia ser Deus. Só preciso de umas gajas como a Lenka, como a Minka. Presentes para o gordo. Champanhe. O gordo engorda. A populaça. É uma alegria. A populaça bate palmas. Já cá faltava o presidente da Junta. Mais presentes para o gordo. O gordo explode. Nossa Senhora. Tanto imbecil. Sobram as gajas. Fala para aí, ó gordo, enquanto eu bebo. Porra, pá, os gajos só te dão presentes e vinho. Passa para cá. E a gaja manda beijinhos para toda a gente. É só amor. E o outro atrasado mental. O que é faz na vida? Conspiro, ó imbecil. Estou a fazer uma análise sociológica do teu programa. Foi o curso que tirei na Faculdade. Ganhou uma frigideira o atrasado mental. Acerta no gordo. Acerta nas mamas. Morte ao gordo e a todos os imbecis. Viva o atrasado mental. Publicidade.